sexta-feira, 8 de julho de 2011

Minha maneira de (tentar) mudar o mundo

Nesta quinta-feira teve "intervenção" (é assim que os alunos chamam) do grupo de extensão que eu coordeno. Eu não costumo acompanhar os encontros, por conta das aulas, mas como este foi em período de férias, pude ver um pouco da dinâmica. 
O grupo, que se chama Discutindo Direito, pretende levar a jovens que estão cursando o ensino médio algumas noções de Constituição, direitos fundamentais e funcionamento do Estado. O objetivo é promover a efetivação dos direitos pelo conhecimento - ou ainda, em muitos casos, pela descoberta - da Constituição, seu conteúdo e sua função.
 E incentivar a atuação política dos jovens, afastando a apatia, o conformismo e o desinteresse. Abaixo, um texto dos próprios acadêmicos, explicando o sentido das intervenções.


Nos encontros com os alunos de ensino médio das escolas públicas percebemos que, apesar de temores do contrário, eles sempre nos receberam bem, participaram das conversas e demonstraram grande interesse em diversos dos temas abordados, debatendo conosco confortavelmente muitos deles, procurando expor suas opiniões, experiências e pontos de vista.  Todos os encontros são diferentes, mas sempre deixamos as salas de aula com a certeza de que fomos capazes de passar conhecimentos novos para eles, expondo também novas possibilidades e pontos de vista.
Na verdade as apresentações acabam por agregar muito mais conhecimento a nós, que expomos o conteúdo. Por meio destas intervenções, assim as chamamos, pois nossa preocupação não é apresentar algo pronto e moldado, mas sim intervir na vida cotidiana lançando luzes de algumas questões que por vezes passam incólumes no dia-a-dia, percebemos que as pessoas pensam o Direito como uma fábula de um reino distante,sem perceberem que ele permeia toda a vida do indivíduo.

Estas intervenções proporcionam a retirada do Direito dos livros, dos códigos, dos doutrinadores e o torna prático. O bom destas intervenções é que alguma faísca conseguimos despertar nos alunos, enquanto crescemos como acadêmicos e, principalmente, como cidadãos, percebemos que os alunos, jovens como nós, passam a ver a realidade de outra forma. Alguns ficam indignados com a diferença entre o texto da lei e a realidade prática. Procuramos demonstrar que, apesar de ser clichê, o futuro está nas mãos dos jovens, quem pode mudar a realidade que se apresenta hoje.
Assim, do mesmo modo, nós também saímos com algo de novo que nos foi passado por eles, saímos mais cientes de outras realidades sociais e visões de mundo.
A participação de professores durante as conversas não costuma ocorrer. Em geral, eles preferem deixar-nos a sós com os alunos. Mas quando permanecem, ficam igualmente interessados nos debates e se pronunciam, mesmo levantando dúvidas próprias. Entretanto, o interesse da direção é sempre muito grande e se mostram muito satisfeitos com as intervenções, e já remarcamos outras visitas a pedido deles mesmos com outras turmas de escolas.
A equipe pedagógica das escolas se manifestou no sentido da importância de grupos como o nosso, que se dispõem a debater temas pertinentes à vida em sociedade, nas palavras de alguns deles, é importante que as universidades “tentem abrir a cabeça dos jovens e despertá-los para a vida”.
Nossa intenção é despertar curiosidade nos jovens para que eles mesmos construam seus próprios conhecimentos e concepções.

3 comentários:

Marlon Silva disse...

Onde eu clico para curtir?

Tailaine Costa disse...

Damos o nome de intervenção às apresentações, pois nosso objetivo é "intervir" na vida cotidiana dos jovens e colocar luzes em suas idéias.

Vitor Hugo Fogaça disse...

Professora,

Fizemos um projeto parecido aqui na UEPG, com a produção de uma cartilha, inclusive.
Se quiser posso mandar para vocês alguns exemplares e cópia de nosso relatório final.

Abraço e parabéns à todos pela iniciativa.